domingo, 27 de junho de 2010

Planejameto

Esse vídeo traz algumas informações bem interessantes sobre planejamento.

Todo professor tem que conhecer previamente o que será realizado em aula!

Aproveitem o vídeo!


Diagnóstico Inicial



Costumamos observar comentários de alguns professores de Matemática do tipo: “Não consigo ensinar os conteúdos porque meus alunos não sabem as operações básicas” ou “Meus alunos não entendem o que eu falo... eles não dominam procedimentos prévios para entender tal assunto” e muitos outros. Para minimizar essas dificuldades sobre a aprendizagem é importante que seja feita já no inicio do ano letivo o planejamento das atividades a serem desenvolvidas. No entanto, como planejar se ainda não se sabe o nível de conhecimento matemático que nossos alunos trazem consigo?

Nesse sentido é aconselhável que seja realizado um diagnóstico inicial objetivando investigar o cada aluno já sabe. Segundo a professora Jussara Hoffmann, especialista em educação "Antes mesmo de entrar na escola, as crianças têm ideias prévias sobre quase todos os conteúdos escolares. Desde pequenas, elas interagem com o mundo e tentam explicá-lo".

É justamente esse diagnóstico que permite ao professor fazer o seu planejamento baseando-se no nível de conhecimento matemático da turma, na percepção das possíveis dificuldades dos alunos na disciplina, bem como nos parâmetros curriculares.

O diagnóstico inicial não é uma avaliação de desempenho e sim o momento de levantamento de aprendizagens anteriores que irão nortear o planejamento do professor. Não serve para apontar erros e sim para direcionar o trabalho a ser desenvolvido durante o ano letivo.

Referência

http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/diagnostico-incial-o-que-eles-ja-sabem-528156.shtml


Relato de Experiência


Leciono Matemática em turmas de 1º e 2º ANO do ensino médio do Colégio Estadual Dr. Rômulo Almeida, em Santo Antonio de Jesus-BA. No início desse ano trabalhei com meus alunos o texto “Poesia Matemática” de Millôr Fernandes.

Poesia Matemática

Millôr Fernandes

Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.

Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954.


Etapas da atividade


  • Separei a sala em grupos de 5 alunos. Essa fase se transforma em momento de interação, visto que no início do ano temos alunos novos, ou de outras turmas, sobretudo no 1º ANO.
  • Distribui o texto nos grupos e pedi para que inicialmente fizessem a leitura.
  • Depois começamos a discutir sobre qual mensagem o texto traz, ou seja, o que o autor estava relatando na poesia. Nessa fase já comecei a observar a capacidade de interpretação e de percepção da linguagem simbólica ou conotativa.
  • Após as discussões pedi para que todos os grupos escrevessem no caderno as palavras que eles achavam que estava relacionada com a Matemática. Até aí foi bem simples, mesmo sem entender algumas expressões eles conseguiram destacar todas as palavras.
  • Já com o destaque das palavras feito pedi para que cada grupo escrevesse no quadro cinco dessas palavras, não podendo ser repetida.
  • Logo após cada integrante do grupo iria definir com suas próprias palavras as expressões escritas por eles no quadro, dando exemplos quando possível. Salientei para eles que não tivessem medo de errar e que não seriam punidos pelos erros e sim pontuados pelo esforço e tentativa de acerto. Nessa fase já estou avaliando o nível de conhecimento da turma.
  • Quando os grupos concluíram as definições, da forma como julgavam corretas, abri o espaço para os outros grupos acrescentarem algo ou corrigissem caso as definições estivessem erradas e para concluir completei ou corrigir algumas.

O objetivo de trabalhar com esse texto foi trazer um material diferente dos que eles estão acostumados a ver nas aulas de Matemática, incentivar a investigação de expressões matemáticas e, sobretudo, fazer um pequeno diagnóstico sobre alguns conhecimentos matemáticos dos alunos.

Angélica Brasil

O Erro como Estratégia Didática

Pesquisando para a realização do seminário A Análise do Erro, percebemos que este assunto está diretamente relacionado ao planejamento pedagógico. Dessa forma achamos relevante compartilhar uma parte da nossa pesquisa neste blog.

Por: Ana Cristina Monteiro

Antonia Angélica S. Brasil

Celina Maria S. Barreto Dantas

Deinize Luzia Chaves da Silva



A Matemática é uma disciplina que exige muita concentração e raciocínio e por isso mesmo expõe os alunos a errar. O professor tem papel fundamental nessa transformação de uma matéria “difícil” para uma matéria mais instigante, mais significativa, que motive a curiosidade do aluno em descobrir as soluções dos problemas.

Errar faz parte do crescimento, faz parte da construção do nosso conhecimento. Porém, na ótica do conhecimento escolar matemático é considerado geralmente de forma negativa, fruto do descuido ou da falta de conhecimento. A noção de obstáculo epistemológico concede ao erro um papel importante enquanto revelador de dificuldades a serem seriamente consideradas, quando o aluno apresenta uma resposta considerada correta, não causa preocupação, mesmo não sendo garantia de que houve a compreensão da situação proposta, e que o aluno tenha apenas se baseado na repetição ou memorização, mas quando erra diversas possibilidades se abrem relacionadas à causa do erro, e dependendo da forma como o professor assume e analisa esses erros, eles podem se tornar fatores determinantes de fracassos ou de sucessos.

O erro não é uma simples resposta. É mais que isto. Trata-se mesmo de um problema que o aluno devolve ao professor, e que contêm, na sua complexidade múltiplos indicadores para a organização e re-organização do processo de aprendizagem. O professor diante do erro assume decisões, produz ações, dando significado a seus saberes docentes. Segundo (ESTEBAN, 2001, p. 23). O professor, frente ao erro, pode compreender esse novo trajeto seguido pelo aluno, valorizando a sua produção e buscando converter “o não saber, estático, negativo e definitivo, em ainda não saber, provisório, relativo e potencial”. É muito importante que no ensino-aprendizagem de matemática os professores explorem a experimentação, a criatividade, a inquietação, para que a aula não se tone um mero treinamento baseado na repetição e memorização. O erro permite ao professor enriquecer, refletir e aprimorar o seu trabalho dentro da sala de aula. Os "erros" são, muitas vezes, pistas importantes para o professor tentar formular quais são as hipóteses ou problemas, que a aluno está elaborando/passando numa determinada etapa de desenvolvimento, e não uma decorrente incapacidade do aluno de apreender o conhecimento Matemático.

Diagnosticar a origem do erro não é uma tarefa fácil, requer dedicação e paciência por parte do professor para analisar o aluno como um ser complexo. A escola ainda encontra dificuldade em torná-lo reconhecível ao aluno. Na verdade, o que acontece é que o sistema de avaliação existente em algumas escolas concebe o erro como uma falha, como algo a ser substituído, sem nenhuma reflexão prévia. Acreditamos que uma nova perspectiva de avaliação, mais inclusiva, deverá ater-se a um tratamento diferenciado com o erro do aluno, de modo que este não seja apenas classificado como resposta errada, produto final a ser banido, punido, mas, transformado, superado, considerando o processo de reflexão do aluno como forma de avançar no conhecimento.

Neste estudo, buscou-se fundamentar a importância de refletirmos sobre o papel do erro. Percebe-se nesse processo que o professor deve estar comprometido com o aprendizado do seu aluno, dando valor ao que ele desenvolveu, mesmo que o resultado não tenha sido totalmente correto. Através do erro, o professor tem a oportunidade de compreender quais as reais dificuldades do seu aluno, podendo a partir delas elaborar suas aulas, visando à superação das mesmas.

Concluímos então, que devemos, portanto, utilizar o erro como um termômetro de nossa práxis pedagógica, que avalia o currículo, a didática, a metodologia e o ensino-aprendizagem, onde o professor tem a oportunidade de analisar realmente o que o aluno está aprendendo em suas aulas, onde deve ter mais atenção e como poderá contribuir para que o processo leve a resultados mais satisfatórios, e que não poder ser reduzido à exclusão, e sim visto como um processo de inserção e inclusão.

Nesse processo o erro indica como o aluno está articulando os conhecimentos que já possui com os novos conhecimentos, e indica os desconhecimentos que devem ser trabalhados. Superar as dificuldades não é importante apenas para o momento que o aluno está vivenciando, mas compreendendo o conteúdo, o aluno terá mais facilidade em desenvolver os conteúdos que virão nas séries subseqüentes.


Referências Bibliográficas

AFONSO, Paulo. Avaliação em matemática: novas prioridades no contexto educativo de Portugal. Educação Mat. em Revista – Revista da Sociedade Bras. De Educ. Mat. Ano 9 – nº 12 – junho de 2002.

ÁLVAREZ MÉNDEZ, J. M. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
PINTO, NEUZA BERTONI. O erro como estratégia didática: estudos do erro no ensino da matemática elementar,– Papirus – 2000.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/6041/1/A-Importancia-Do-Erro

terça-feira, 22 de junho de 2010

X ENEM


O ENEM é o maior evento organizado pela SBEM, tendo como foco o professor que ensina Matemática e representa um importante fator no crescimento da SBEM e na organização da comunidade de Educação Matemática. O ENEM constitui-se em um espaço privilegiado para o intercâmbio entre professores e pesquisadores, de modo que os avanços no campo científico se disseminem nas salas de aulas, bem como as experiências dos professores são compartilhadas pela comunidade científica e escolar.

O X Encontro Nacional de Educação Matemática - X ENEM, a ser realizado de 7 a 9 de julho de 2010, em Salvador – BA, com o Tema “Educação Matemática, Cultura e Diversidade”, mobilizou quatro mil participantes, dentre eles, professores baianos das escolas públicas, estudantes de graduação, estudantes de Mestrado-Doutorado, professores de Ensino Superior e estudantes de Lato Sensu.

Neste encontro estaremos, eu Antonia Angélica S. Brasil e as profªs Maria Rachel P. P. P. de Queiroz e Thaine Souza Santana realizando o mini-curso "Decifrando" as Planilhas de Amortização dos Bancos, segue o resumo:

Resumo: Esse mini-curso baseia-se no estudo das planilhas de amortização dos sistemas bancários, em muitos casos, bastante diferentes daquelas encontradas na literatura pertinente. Desse modo, o estudo dos sistemas de amortização e suas planilhas geralmente não garantem ao estudante e às vezes, até mesmo ao professor, habilidades suficientes para interpretar as planilhas geradas pelos sistemas bancários. Assim, trabalhos de campo envolvendo pesquisa sobre os sistemas de amortização adotados por bancos variados podem ser uma saída para “decifrar” tais planilhas, num esforço conjunto entre estudantes e professores. Portanto, este mini-curso visa preparar profissionais e estudantes no sentido de desenvolver modelos de planilhas a partir de planilhas coletadas em bancos e exercitar o senso crítico sobre os resultados encontrados.

Este é um ótimo momento para a construção do conhecimento em Educação Matemática do país!

Sintam-se convidados a participar deste Evento!

Confira a programação completa http://www.sbem.com.br/xenem/Programacao_XENEM.pdf